quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ANO NOVO

Entra o Novo, cheio de vida,
Sai o Velho, moribundo,
Que partiu p'ra outro mundo
Com honras de despedida...
E na bagagem levou
As esperanças que nos deu
Quando, há um ano, apareceu
E entre nós se instalou!
E dizem que nem deixou
Ao partir, grande saudade,
(Não deixa de ser verdade!)
E do outro que entra agora
Sorridente e todo ufano,
Se dirá, daqui a um ano,
Quando, enfim, se for embora,
Que foi ano para esquecer
E o mesmo vamos dizer
Para o outro que há-de vir,
Num constante repetir,
Sempre o mesmo reportório!
Para culpas lhe assacar
Nada nos custa arranjar
Este indefeso magano
Como bode expiatório!
Se a coisa for a pior
O culpado é sempre o ano,
É o ano, sim senhor,
Quem tem culpas no cartório!
E os que afinam nestes tons,
Lá pensam, por tudo isto,
Que os homens são sempre bons,
Maus são os anos, está visto...

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